quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Vamo jogá bola? Jogá bola dá dinheiro!



Neymar e a síndrome 
de Tio Patinhas

O jornal Extra traz informação que dá bem conta de como uma certa insanidade domina o mundo, vale dizer a sociedade do espetáculo: o desvario de dinheiro que os clubes britânicos Manchester United e Manchester City depõem aos pés da diretoria do Barcelona para ter em suas equipes o jogador Neymar. Veja só:


De acordo com informações do jornal britânico “The Sun”, Manchester United e Manchester City travam uma batalha milionária pelo atacante brasileiro Neymar, do Barcelona.
Ambos os clubes estão dispostos a pagar a multa rescisória do jogador, de 144 milhões de libras (cerca de R$ 821 milhões). E, o mais impressionante, a pagar um salário de 1 milhão de libras (cerca de R$ 5,7 milhões) por semana ao jogador. O que dá o valor incrível de R$ 22,8 milhões por mês.

Neymar tem contrato com o Barcelona até o meio de 2018 e negocia a sua renovação. O pai de Ney já disse que a vontade do craque é de ficar no Barça, mas admitiu também ter uma proposta milionária em mãos que, segundo o “The Sun”, seria do United.

Dignas de figurar nas cifras do Tio Patinhas chega a ser ofensivo esse tipo de negócio. A rigor, nada justifica o pagamento de tamanhas quantias, a não ser o espetáculo como coisa em si. 

E o espetáculo como coisa em si resulta na alienação como coisa em si: é preciso não pensar, é preciso não sentir o mundo adjacente com todos os seus problemas e voltar-se por completo para o futebol como máquina alucinógena e pronto: estamos todos salvos com um grito de gol.

Acima de tudo é preciso não se sentir como parte – ou vítima de problemas sociais, existenciais, econômicos. Alcançando-se isso chegamos ao nirvana dos estádios cujos espetáculos são midiatizados para todo o mundo e temos as multidões urrantes frente a jogos milionários e transnacionalizados. 

O espetáculo em si apresenta outro aspecto. E importantíssimo: as multidões fazem parte do negócio: em última análise as multidões estão sendo comercializadas interclubes, vendidas às redes de TV que divulgam globalmente os jogos. E todos esses promotores ganham. E ganham muito. 

Daí o preço de jogadores como Neymar, Messi e quejandos. É preciso atiçar nas multidões carentes – de jogos e de pão – o desejo de ver esses jovens gladiadores da bola, ufanos de sua gabolice vazia a fazer gols e outras jogadas sensacionais. Isso compensa as mais diversas fomes. E como tem fome o homem do século 21. Como tem fome.



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