quinta-feira, 10 de julho de 2014

Na Argentina, para comemorar, vale até palavrão na chamada do jornal



Paixão furiosa: é a manchete do jornal argentino

Dia desses estava comentando em casa a respeito das diferenças entre o espanhol e o português, e de como o idioma de Borges por algum motivo que se esconde na alma hispana, se presta bem a exprimir suas dores e rancores, amores e lutas, gritos e brados, tragédias e feitos. 

O português é mais calmo, lunar, mesmo que no Brasil tenhamos Deus no coração e o diabo no quadril. 

Mais objetivamente: o brasileiro é bamba, o argentino trágico; nós, passistas, eles aflitos, à beira do colapso vivido em compasso de tango.

O que digo se reflete no jornalismo portenho, que chegou a arroubos inimagináveis no Brasil quando eles comemoraram em manchetes sua classificação para disputar a final da Copa. Valeu o heroísmo de tinta e o palavrão para fechar o texto da chamada.

A reprodução do Olé! deixa bastante claro como funciona a alma do Prata, sua paixão, seu arrebatamento que chega ao exagero barato, perda do senso de equilíbrio, furiosa paixão quase taurina. Olé!, também digo. 

E desejo que domingo Gardel cante um tango brindando, quem sabe, a uma vitória.


Nenhum comentário: