sexta-feira, 11 de julho de 2014

Feitiçaria, uma sogra terrível e o estranho final de uma aventura




Estranha história do Brasil ou de como uma bruxa me salvou

http://detudoemaisumpouco-fioradianew.blogspot.com.br/2009/02/mitologia-dragoes




O ano era 1402 e eu caminhava por estrada perdida em um grotão quando sou assediado por homem que me pede para ajudá-lo a se livrar de sua sogra mediante o "uso de minhas artes mágicas". 
Tomado de susto, recuei, explicando que não sou douto em tais procedimentos, sequer domino qualquer arte, até mesmo as menores e mais fugazes.
O homem não me deu crédito, dizendo que em aquela região todos me têm como "grande mago e alquimista" e assim deveria eu contribuir para livrar o mundo da terrível virago, deixando-o, ao mesmo tempo, fagueiro e feliz.





Disse isso e deu um grito: logo formidável multidão se achegou e começou a aclamar-me como "feiticeiro digno de crédito e "grande homem das almas". Tiraram-me de sobre o cavalo e fui levado numa espécie de andor até o sopé de um monte. Ali, me foi dito, deveria eu promover "inominável feitiço" para acabar com a vida da pavorosa sogra. 

Perguntei por que aquela mulher era tão odiada, mas não tive tempo para ouvir a resposta: saindo de dentro da mata próxima uma mulher aproximou-se, mulher que a todos infundiu pavor, menos a mim: era uma bela jovem em quem todos começaram a atirar pedras.

 E me foi dito que aquela era a sogra. Sem compreender aquele gesto, ante dama tão gentil pedi calma. Mulher que tal jamais poderia encarnar um desses seres terríveis que são as sogras. Mas a multidão recrudesceu e continuou o ataque.

Diante disso a mulher começou a se transformar. Tornou-se de aspecto terrível, olhos vermelhos, roupas andrajosas, dedos de unhas pontiagudas, cabelos desgrenhados. Em pouco tempo pôs por terra a muitos dos que a atacavam. Dominado pelo pânico, chamei a multidão à fuga e todos nos pusemos a correr. 

 Depois de grande correria chegamos a lugar bem distante e a multidão, assim, voltou-se contra mim. Disseram que eu, como feiticeiro, havia falhado e agora seria punido. Insisti em que nunca havia sido bruxo. Mas alguém apareceu, dizendo que já havia me encomendado feitiçaria para matar um padre e havia obtido sucesso estrondoso. Desta forma decidiram que eu deveria mesmo ser punido. 

Bem depressa prepararam uma fogueira e as chamas começavam a subir, eu amarrado no poste em meio à lenha, quando a bruxa apareceu montada em sua vassoura. Não sei porquê, mas, rápida como um raio, arrebatou-me das chamas e atirou-se para cima. Voamos muito até chegarmos à lua. Lá encontramos como São Jorge e o dragão, que tinham feito as pazes. Assim a bruxa, eu, São Jorge e o dragão iniciamos grande viagem juntos.

Voltamos para a Terra e, aqui chegando, fomos às plagas onde a multidão havia tentado me matar. E implantamos um tal terror que todos se tornaram nossos súditos. Ninguém queria enfrentar o dragão e sua boca de fogo. E foi assim, em meio a essa confusão, que surgiu Portugal, cujos habitantes não tendo o que fazer inventaram de descobrir o Brasil e as coisas estão como estão. Pronto. É isso.



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