quarta-feira, 28 de março de 2012

Tem fuá no BBB

Ontem, enquanto esperava para ser atendido por uma caixa do correio, ouço conversa entre uma mulher na fila ao lado: falava alto, dizia ser telespectadora assídua do BBB e "disso não se envergonhava". Garantia que muita gente assiste o programa mas diz que não vê. 
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Teorizando, explicava que que o BBB "era como a gente estar vendo a vida", e mais: "Aquilo ali é a vida mesmo. É um jogo, quem sabe jogo, ganha. É matar um leão por dia". 

Acho que não deixa de ter alguma razão. O BBB representa de alguma forma o tipo de sociedade que criamos, cuja valoração da esperteza e da ética relativa são uma espécie de padrão. 

As humilhações sofridas pelos participantes, como se fossem "competições" para tentar ganhar um milhão ao fim da disputa, são algo que realmente as pessoas enfrentam no cotidiano, só que nas filas dos ônibus, no péssimo atendimento da rede de saúda pública, no trabalhador que aceita não receber hora-extra como jeitinho de não ser demitido, essas coisas..., você sabe... De alguma forma há sim um BBB no mundo. 

Mas, voltando à falastrona: defendia a necessidade de haver aquele tipo de programa como "um bom passa-tempo" e atraía a si a atenção de mais umas duas ou três mulheres, todas concordando com o bravo pronunciamento. Afinal, encerrando a conversa, disse: "O que eu gosto mesmo é de ver o fuxico; o que eu gosto mesmo é de ver o fuá."

Concordo: no Brasil o que precisamos mesmo é de ver o fuá. Qualquer candidato a vereador sabe disso. Ele também, se eleito, vai fazer muito fuá.

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