quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Deífilo, a voz do mestre, a voz do povo

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O grave estado de saúde do folclorista Deífilo Gurgel dá-me a sensação exata do quanto são importantes os velhos estudiosos, seus trabalhos e crença naquilo que fazem. São homens do tempo, parceiros da identidade mais íntima e mais anímica do povo. São eles quem guarda as coisas etéreas,valores, verdades populares, o imaginário fabuloso das lendas, mitos fulgurantes, causos extraordinários, representações fantásticas. 

O anúncio de sua morte, depois desmentido, causou-me um sentimendo de perda, de ausência, lacuna. Deífilo encarna, em seu saber e em sua presença, os idos do tempo, cantigas velhas, a brisa das lembranças que acodem quando falamos de povo, em sua aceção de grande coletivo de almas e suas crenças ingênuas, plenas de uma certa beleza que as gentes e os comuns têm da vida. 

Em sua obra está o sertão grande em hora de noite fechada, o vendo zunindo no tronco do arvoredo, o homem esporeando o cavalo fugindo da cruviana. Em sua voz estão os cantares, capelinhas e folguedos que o tempo de hoje teima em esquecer.

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