sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Greve da Polícia Militar: se houver uma em Natal...


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Algo de muito sério, muito perigoso, muito grave acontece neste país em matéria de segurança pública. A greve da Polícia Militar na Bahia é a ponta do iceberg. Excessos à parte cometidos pelos grevistas, vale a reflexão: política de segurança passa necessariamente pela boa remuneração do policial; sem isso, o caos estará sempre rondando. 
Quando um governo não leva em conta que o policial é também funcionário público, é também trabalhador votado ao exercício de atividade essencial e sui generis, temos um sério problema. Nos quartéis não temos, como em uma repartição típica, quadro, mas tropa. Que, para atuar, é regida por duas normas fundamentais ao militar: disciplina e hierarquia. O problema é que tropa mal paga é levada, é literalmente impulsionada a reivindicar como qualquer servidor. E temos movimentos grevistas que, pela sua própria essência, riscam de sua mobilização a disciplina e a hierarquia. 

É muito diferente você dizer a um diretor civil que não vai trabalhar e pronto. Quando um policial está em greve ele diz à oficialidade a mesma coisa. Só que para o diretor civil trata-se tão-somente de  desorganização momentânea das atividades de rotina; para um oficial a coisa se complica: ele vê o movimento como insubordinação e desrespeito à ordem na tropa, vê também como uma agressão à sua figura de militar superior. E aí o que seria um movimento de paralisação passa a ser visto como uma forma de motim. Não se trata apenas de pontos de vista; são duas situações reais, cada uma regida por parâmetros bastante peculiares. E no caso dos miliatares com um literal potencial explosivo.

Acrescente-se a isso que a parada dos militares funciona como espoleta, incentivo à ação, ao descalabro da criminalidade. E então vêm o Exército e a Força Nacional para sanar emergencialmente a situação e garantir ao cidadão o direito de ir e vir e, acima de tudo, o direito à vida. Qual o ponto de equilíbrio? Esse ponto de equilíbrio está no bom senso do governo, que tem a obrigação de atender de forma equilibrada as revindicações. Afinal, foi por culpa do governo que a tropa ensarilhou as armas.

Governo bom é governo que age, que previne, que tem políticas públicas compatíveis com os desafios que se propôs a enfrentar. Ninguém é governador ou governadora a pulso. Ninguém é obrigado a ocupar  a cadeira de governante. Quem está ali disputou uma eleição, fez promessas, assumiu compromissos sociais inadiáveis. Assim, tem o dever de agir a tempo e a hora, a fim de garantir a normalidade. Claro, o militar deve ter também bom senso na hora de deflagrar o movimento. Mas, acima de tudo, compete ao governo, sempre ao governo, agir a fim de dar à tropa o tratamento que, enquanto trabalhador, o policial merece.

*** Fica aqui uma pergunta: e se no Rio Grande do Norte houver uma gerve de policiais? Sem greve já temos situação quase caótica. Havendo aqui um tal movimento, sei não...

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