domingo, 23 de outubro de 2011

O velho jogo da política

O refugo à presença do vice-governador Robinson Faria no governo Rosalba Ciarlini é a ponta do iceberg de um jogo político centrado no personalismo e na reprodução de um modelo típico: pessoas que em síntese são representantes de um mesmo modus operandi. Não houve conflito ideológico, divergência de concepções de mundo. Houve sim o atropelo, pela governadora, do projeto pessoal do vice que buscava nela apoio à sua candidatura ao senado. 

Como isso não interessa a Rosalba houve o rompimento. É o retrato perfeito da velha política,  a pequena política paroquiana, de bastidores, a briguinha por cargos que contribuam para sustentar propostas e vontades de crescer dentro do poder. Com Robinson seguiu o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, com quem aquele mantinha diálogo e boas relações políticas. 

Agiganta-se agora a figura do deputado federal Henrique Alves que em Brasília jura fidelidade à presidente Dilma, mas aqui é afeto à democrata Rosalba. Tudo dentro dos moldes, preso à sistemática da pequena política, o compartilhamento do poder para atender a intuitos pessoais, causas próprias.


Nesse processo tudo de justifica, todo se amolda; ressentimentos são motivo para guerras intestinas, recusas originam cizânias, desavenças. E tudo chega a público como um desabafo em entrevistas coletivas, pessoas se vitimizando, se tornando como que mártires desse sofrimento político espetacularizado. 


É a política como lamentável instante, a coisa pública como triste sina a ser cumprida pelo povo, que só assiste e pensa que é assim mesmo.

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