quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A pilantragem como norma

A notícia que abaixo transcrevo, a respeito da captura de figurões do governo Dilma pela Polícia Federal, faz consolidar-se em mim a convicção de que somos o país da ladroagem. A ladroagem tornou-se como que instituição nacional. A presidente, na sequência de denúncias de corrupção que a imprensa estampa quase cotidianamente, ao que parece, está cercada não por assessores, mas por uma quadrilha, um bando de mal-intencionados cuja única finalidade no Poder é açambarcar e locupletar-se, sabendo que no final todos ficarão impunes. É triste, mas a constatação é uma só: essas pessoas são oriundas da sociedade brasileira; não vieram de Marte ou de algum planeta lingínquo, de outro sistema solar. Vieram da nossa cotidianidade, do caldo de cultura que engrossamos ao longo da história, e ao que parece, salvo mudanças profundas, não mudará tão cedo. Segue o texto com a notícia da Folha.

O Rio Grande do Norte está representado no magote por 
Frederico Silva da Costa, número 2 do Turismo, apadrinhado pelo deputado Henrique Eduardo Alves, segundo a Folha. Triste sina, triste sina a do Rio Grande sem Sorte. Mas, o que fazer? Pelo menos é uma celebridade do mundo dos escândalos. 

PF prende número dois do Turismo acusado de fraude

Operação para desmontar suposto esquema de desvio termina com 35 presos

Foram apreendidosR$ 610 mil na sede da ONG, em SP; advogado de ex-assessor de Marta Suplicy nega acusação

DE BRASÍLIA

A Polícia Federal prendeu 35 pessoas, entre elas integrantes da cúpula do Ministério do Turismo, sob acusação de envolvimento em fraudes num convênio entre a pasta e uma ONG, que tem sede em São Paulo.
A Justiça Federal determinou ações de busca e apreensão e prisões em Brasília (17 presos), São Paulo (11) e Amapá (7).

De acordo com a PF, foram desviados cerca de R$ 3 milhões repassados ao Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável) para capacitação de pessoas para atividades turísticas no Amapá.
Entre os presos está o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, número 2 do Turismo, que está na pasta desde 2003.
Em 2011, quando Pedro Novais (PMDB-MA) foi nomeado ministro, Frederico foi alçado ao cargo de secretário-executivo, apadrinhado pelo líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN).

Outro preso é Mário Moysés, secretário-executivo na gestão anterior e que também presidiu a Embratur. Ele nega as acusações (leia texto nesta página).
Moysés chegou à pasta na gestão da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP) em 2007, de quem foi assessor na Prefeitura de São Paulo.
Ele atuou em campanhas eleitorais da petista, tendo sido um dos assessores de imprensa de Marta em 2008. Entre 2000 e 2004, Moysés trabalhou na Folha em um cargo administrativo.

Outro preso é Colbert Martins, ex-deputado federal pelo PMDB da Bahia, que ocupou a Secretaria de Desenvolvimento do ministério.
O diretor-executivo da PF, delegado Paulo de Tarso Teixeira, afirmou que as provas contra eles são "robustas".
A Folha apurou que investigados tentaram impedir os trabalhos da PF, o que fundamentou os pedidos de prisão.

Segundo a investigação, foram detectados o direcionamento das contratações a empresas e pagamentos por serviços não executados.
Na casa do dirigente do Ibrasi Luiz Gustavo Machado, em SP, onde funciona a ONG, foram apreendidos R$ 610 mil, segundo a PF.
Ainda de acordo com a PF, a ONG usava empresas fictícias ou do grupo para desviar os recursos.

A investigação começou em abril após apuração do Tribunal de Contas da União.
O convênio foi realizado com recursos destinados à ONG pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), por meio de emenda parlamentar.
(FILIPE COUTINHO, MATHEUS LEITÃO e DIMMI AMORA)

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