sexta-feira, 16 de abril de 2010

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O imoral que se transformou em moral
Emanoel Barreto

Manda o politicamente correto que não se chame um menino que mora na rua de "menor", mas de criança em situação de risco; cego é deficiente visual e não se deve chamar ninguém de "aleijado", mas de deficiente físico.

A intenção é nobre, claro, e já chegou ao senso comum. Ou seja: está em crescimento uma tendência de evitar-se o uso de palavras que, no final das contas, sentenciam pessoas a uma espécie de apedrejamento social, humilham muito mais que identificam.

Foi assim que um corrupto, ao ser denunciado, resolveu invocar a seu favor uma nova forma de deficiência: não aceitou mais ser chamado de "ladrão", exigindo tratamento respeitoso. A partir de agora somente deverá ser chamado de "deficiente moral".

Um dia, depois de beber muito, subiu em uma mesa e gritou para todos que estavam no bar que, sim, era realmente um corrupto: havia desviado fundos, praticado peculato, extorsão e coisas várias no mesmo setor.
Houve grande confusão, todos querendo puni-lo a socos e pontapés.

Nisso, entra no bar uma dupla de amigos do corrupto e alertam: ele é um intocável. E explicam: como ele é deficinte moral está mentindo, o que é bem próprio desses tipos. Assim, ao dizer que é corrupto ele mente. E, como mente, deverá ser liberado e ovacionado, pois não é corrupto e sim o mais limpo dos homens.

As pessoas choram de emoção, providenciam um andor e saem com ele em grande procissão.
Estava ali um homem de bem. Moral da história: é imoral como é fácil enganar o povo.