
O idioma das mãos
Emanoel Barreto
As mãos? Sim, as mãos gritam em seu silêncio de gestos.
E dizem abraços que nunca receberam.
As mãos? Sim, as mão falam todos os idiomas da angústia,
quando são mãos desvalidas.
E depois, cansadas de não ser nunca entendidas,
recolhem-se às furnas e aos becos.
E, à noite, calam na boca dos famintos
o gemido torto dos que têm fome e sede de justiça.
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