sexta-feira, 15 de maio de 2009


A estrela sobe
Emanoel Barreto

"Susan Boyle, a desempregada escocesa de 48 anos se tornou hit da internet graças à sua voz." A técnica de redação jornalística permite esses pequenos milagres: produzir a biografia de uma pessoa em apenas 17 palavras. O texto curtíssimo permite, de forma alusiva, que o leitor de alguma maneira trace suposições quanto ao passado de Susan, suas dificuldades, sofrimentos até; quando afinal brilhou o sol da internet no You Tube e a fez uma super-estrela de futuro reluzente.

Dois aspectos: o valor intrínseco e não reconhecido da cantora e os mecanismos de mídia que permitem a alguém, em questão de dias, tornar-se mundialmente conhecido. Para o bem ou para o mal.
Susan revelou-se num programa de calouros. Hoje, assediada pela imprensa, é tida como uma espécie de divindade da fama.

É assim que se passam as coisas de jornal: alguém chega ao pódio da fama seja pelos próprios jornais ou outros meios, como Susan em seu programa de calouros e os jornais, depois de construir o mito, sobre ele se remetem, como se não percebessem que fora coisa criada por eles mesmos. Forma-se uma espiral de sucesso.

Que Susan brilhe e encante o mundo. Mas, que fique registrado, o contrário, com outra ou outras pessoas poderia acontecer e serem elas levadas ao mais miserável ostracismo, como aconteceu no Brasil, com os donos da Escola Base. Acusados injustamente de abusos sexuais a crianças.

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