Desejo de matar
Emanoel Barreto
Escorado por um desespero sem fim, um homem invadiu um prédio nos Estados Unidos e matou 13 pessoas. Está na net, nas coisas de jornal de todo o mundo. Não conheço qualquer estudo a respeito do motivo ou motivos para tais atos. Mas, qualquer pessoa medianamente informada, sabe que nos EUA tais comportamentos são uma espécie de recidiva social: algo doentio que, num ciclo de sazonalidade instável, acontece naquele país. E aparentemente só naquele país.
O que faz alguém, municiado por um incontrolável desejo de matar, atirar-se a essa aventura insana que termina com o agressor também morto, muitas vezes por suicídio? Estranho mundo esse nosso, estranho país aquele. Suponho que haja estudos sociológicos buscando esclarecer tais acontecimentos. Enquanto isso, fico supondo: é parte da condição humana chamar a atenção para si quando em estado de angústia. No caso, esse desespero é como se fora um grito, a denúncia desequilibrada de uma solidão intensa, tão intensa que precisa da morte, do vazio, do nada, para se completar. E, aí sim, ser solidão em estado puro.
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