Emanoel Barreto
A polícia civil de São Paulo encerrou greve que já durava 59 dias. Uma cidade como aquela, complexa, violenta como um tornado, perigosa como um escorpião, deixada de lado por uma categoria que trabalha com serviço essencial.
São compreensíveis os motivos, mas inaceitáveis os procedimentos para a obtenção de reajuste salarial. O Estado precisa e deve acionar mecanismos de reajuste aos policiais; sem trocadilhos, uma espécie de gatilho salarial justo sério, disparado sempre e quando a categoria reivindicar.
Seria algo como uma mesa de negociação permanente, dialogando com a categoria e sensibilizando-se com seus reclamos. Não seria uma sucumbência prévia do Estado perante a sua Força. Não, mas uma atitude de bom senso, frente às características salariais das polícias civil e militar.
O que não se pode admitir é que uma categoria funcional armada entre em estado de greve, permitindo que criminosos de todos os tipos venham a agir com impunidade e desenvoltura.
Mas este país é assim: juiz faz greve, promotor faz greve e, no fim, obtêm, com a criação de um estado de coisas descontrolado, aquilo que pretendem. Quando os policiais fazem greve, quem fica de mãos ao alto é a sociedade.
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