quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Acaba a guerra do Iraque
Emanoel Barreto

Ativistas de um grupo auto-intitulado Yes Man, distribuíram hoje, em Nova Iorque e Los Angeles, uma edição falsa do New York Times. Nada menos que 1,5 milhão de exemplares, mesma tiragem do jornal.

O título é impactante, diz: "Acaba a guerra do Iraque". O jornal vem com a data de 4 de julho de 2009 e traz notícias indicando que o Tesouro anuncia um plano justo de impostos, a revogação do Ato Patriota e, pasme, George W. Bush sendo julgado como autor de crimes de guerra.

Quatro de julho é o dia da independência dos Estados Unidos. O Ato Patriota "é uma lei dos Estados Unidos que foi aprovada após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Seus objetivos são reforçar a segurança interna e aumentar os poderes das agências de cumprimento da lei para identificar e parar os terroristas. A aprovação e a renovação do Ato Patriota foram extremamente controversas", é o que explica o site "Como tudo funciona".

Quanto aos impostos e a Bush, é óbvio: não há mais quem agüente a ação de um Estado que taxa seus cidadãos com voracidade, nem um presidente como aquele.

O ato é uma manifestação de que parcela da sociedade civil está atenta e tem condições, sim, de manifestar seu descontentamento ante o cinismo e a hipocrisia de um sistema de poder voltado para a impiedade e a barbárie.

A história não se repete, mas irrupções de rebeldia e insatisfação brotam sempre e quanto as circunstâncias de poder chegam a limites do inaceitável. Vivemos este dilema hoje: interesses das grandes corporações mesclam-se com decisões de Estado, promovendo guerras e devastação ambiental, insegurança e horror.

As sociedades convivem com o fenômeno do banditismo, comércio ilegal de armas como nunca se viu e com o crime organizado, especialmente em torno das drogas. O protesto do Yes Man deve ser levado em conta. É um grito que deverá tornar-se suficientemente forte para atrair para seu lado outras vozes e outros clamores.

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