Emanoel Barreto
Nesta terça, o presidente-eleito Barack Obama fez uma parada em seu trabalho com a equipe de transição para prestar homenagens aos soldados americanos mortos, feridos ou mutilados nas muitas guerras que o país protagonizou ou leva adiante.
É que hoje, nos EUA, é o Dia do Veterano. Ou seja: um ser humano que, sob o lema de amor à pátria-mãe, é levado literalmente a carregar armas e bagagens e atirar-se a lutas onde a crueldade é norma básica e a desumanidade linha mestra. Depois, voltando para casa, é um homem ou mulher destroçado física e emocionalmente.
Como compensação é chamado de herói, defensor da pátria, guerreiro que retorna ao lar...
É esse o legado, a herança maldita das guerras, de todas as guerras: envolver pessoas em conflitos que somente atendem aos interesses das elites, sob o véu de que estarão defendendo relevante valor moral. Quando as guerras são, em essência, imorais, uma degenesrescência histórica, uma contra-mão no processo civilizatório.
Quanto aos americanos, a ideologia que os norteia vale-se de um patriotismo tornado socialmente genético e a partir daí alastram, cobertos pela artilharia do terror, o sangue, a brutalidade, o morticínio.
Ao final, o ser humano, solitário em sua condição de mutilado ou emocionalmente desfeito, volta ao silêncio de sua vida, às indagações sobre o seu sofrimento em campo de batalha, e se queda em meio aos demônios que foi levado a cultivar.
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