segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Lado negro, não: lado branco

O preconceito e a brutalidade estão fundamente atracados no mar da extrema direita americana. Os skinheads, neonazistas, sociopatas, planejavam uma onda de morticínio a negros, culminando com um atendado a Barack Obama, informam as coisas de jornal.

A sociedade norte-americana, em suas neuroses, loucuras e obsessões, cultiva comportamentos sombrios: o de alguém que se arma e sai atirando a esmo, matando sem distinção; o de matar o presidente da república; o de não aceitar a igualdade entre negros e brancos.

A aparentemente próxima vitória de Obama está fazendo estremecer os cânones dos ultra-conservadores, tocando as cordas mais sensíveis do preconceito: não há como admitir um negro dirigindo o maior império da Terra.

Desde o início da campanha jornais já estimavam atentados a Obama, especialmente quando e se eleito. Agora, o FBI desarma essa trama. Na foto, Daniuel Cowart, um dos presoso.

As investigações, caso sejam aprofundadas e, se aprofundadas, trazidas a público, poderão desvelar se haveria alguém, alguém em posição mais alta, a guiar as mãos sangrentas que agiriam.

Uma possível eleição de Obama será um marco, um dado essencial a superar a condição de conjuntura e assimilar-se à estrutura sócio-política norte-americana. Será somente um golpe assestado a essa estrutura, não significando seu desmanche. Mas será simbólico o suficiente para ampliar espaços mais democráticos e ares políticos menos esfumaçados.

A ação dos neonazistas, todavia, não deixa dúvida: ainda é forte o lado negro no gigante do norte. Lado negro, não, desculpe: lado branco.

Emanoel Barreto

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