Cara Amiga,
Caro Amigo,
Continua o espetáculo do cárcere privado da jovem Eloá. O seqüestrador está tendo seus quinze minutos de fama. E seu drama - algo em si, simplório -, transformou-se em motivo de atenção nacional, pala intervenção televisiva que mudou em espetáculo um ato que mais precisaria da presença de um bom psicólogo.
A situação tem obviamente aspectos jornalisticamente relevantes, mas a presença da TV ao vivo, como elemento alimentador amplia, isso sim, sua dramaticidade, ao invés de contribuir para o desfecho. O seqüestrador, ao sentir-se como ator principal, alguém nacionalmente valorizado, é estimulado a agir, sustentando a situação. A interveniência televisiva, como tal, contribui para prejudicar, não para ajudar a dar fim ao seqüestro.
Caso persista a situação, sem que surja solução em seu horizonte humano, perderá paulatinamente seu interesse. Isso porque a continuidade, a rotinização de algum fato, o transforma em coisa cotidiana, comum, banal. Perdendo-se o interesse, cairá pouco a pouco de relevância e não terá mais o interesse das emissoras. Seria então a hora de a polícia, de forma competente e segura, convencer o rapaz a se entregar.
Quanto mais rápido as Tvs deixarem de dar atenção ao fato, mais rapidamente o problema será resolvido.
Emanoel Barreto
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