Caro amigo,
A foto, feita em 1954, mostra o então jovem trumpetista Chet Baker. É o que se poderia chamar de flagrante posado, mesmo que isso seja um paradoxo. Mas paradoxal era Chet, em sua música e talentos privilegiados; e o autor da foto, William Claxon, que morreu aos 80 anos sábado passado.
Chet era paradoxal em sua estatura musical, diretamente proporcional em seu envolvimento com as drogas. Claxon era paradoxal em sua competência para selecionar momentos essenciais, instantes de luz e sombras, passos e gestos de gente no mundo.
Trabalhava com privilégio na fotografia dos grandes músicos. E nada melhor do que conviver com grandes músicos, para se compreender a magia dramática de seu trabalho, perceptível e intocável, sensibilizador e intenso.
Deixa literalmente uma imagem do que seja o grande fotógrafo: a atenção, o ato e a captura do momento preciso.
Emanoel Barreto
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