Caros amigos,
As coisas de jornal do Estadão informam o seguinte:
"Gravações telefônicas em posse do Ministério Público foram decisivas para o pedido de prisão do diretor-executivo da Polícia Federal, delegado Romero Menezes. Os grampos mostrariam Menezes pressionando o superintendente da PF no Amapá, Anderson Rui Fontel de Oliveira, a favorecer seu irmão José Gomes de Menezes Junior.De acordo com informações do Ministério Público, nas conversas, gravadas com autorização judicial, o segundo homem na hierarquia da PF reclama da demora de Fontel em concluir o processo em que o irmão pede o credenciamento como instrutor de tiro. As conversas indicariam ainda que Menezes estaria articulando o afastamento do superintendente do cargo, caso a exigência não fosse atendida."
O papel social de uma pessoa, ou seja, aquele conjunto de atributos que supostamente deva ter para assumir aquilo que dela se espera, indicam que, de um policial, especialmente ocupando um alto cargo em sua corporação, seja o de comportamento ilibado. E isso em sentido o mais amplo possível.
Afinal, será ele quem vai dar vida ao "longo braço da lei", como diziam os livrinhos de bolso. Ao que está dito, esse delegado age de maneira completamente imprópria, para colocarmos sua avaliação de maneira elegante.
O proclamado distanciamento do policial de sua missão é um dado, apenas mais um dado, a demonstrar como a corrupção chegou ao estágio de endemia. A Polícia Federal, para fazer um comparativo cinematográfico, é o nosso FBI. No cinema, seus agentes são apresentados como incorruptíveis, densamente presos à sua ética, às suas responsabilidades. Verdadeiro ou não, é isso o que o cinema mostra.
Agora, voltando à nossa realidade, temos um escândalo, quando o delegado reclama prebenda empregatícia para um irmão e estaria até mesmo mancomunando para descartar um colega. Ao que parece, estamos mesmo muito longe de 007, o agente secreto inglês, charmoso e envolvente que, em meio a uma conquista e outra, cumpria à risca o seu dever.
Aqui, além de faltar aplomb e um toque de elegância, a polícia precisa de polícia.
Emanoel Barreto
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