terça-feira, 16 de setembro de 2008

Deixem-nos morrer

Caras Amigas,
Caros Amigos,

As coisas de jornal comunicam ao mundo que pequenos grupos de milionários estão em desespero porque seu banco faliu.

E falindo esse banco, que é americano, muitos outros bancos poderão entrar em desespero, ou seja: pequenos grupos de milionários, donos desses bancos, poderão ver-se em perigo - e, como se sabe, essas pessoas, pelo seu status e influência política sobre os destinos do mundo, não podem, não devem e não merecem perder seu rico dinheirinho.

Acho interessante o funcionamento desse esquema mental, perverso e insano: pouquíssimos milionários não podem perder dinheiro e é preciso o governo americano investir preciosos dólares do Tesouro para cimentar o mercado.

Enquanto isso, populações inteiras passam fome no mundo e ninguém se preocupa, ninguém diz nada. Essas pessoas, como não têm dinheiro, não têm importância; virtualmente, não existem. Nascem, crescem e morrem em meio ao anonimato histórico a que foram relegadas pelo cruel e pragmático sistema que domina o mundo.

Mas, é isso:
deixem-nos morrer;
eles valem nada;
não rendem dinheiro,
nem compram nada
.
Emanoel Barreto

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