Caros Amigos,
Procurando na net assuntos para comentar, descobri, não sei com que atraso, que existe um movimento internacional chamado Peta, ou People for the Ethical Treatment of Animals – Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, que protestam, digamos assim, com bastante veemência. E buscam, em ações disruptivas, achar nichos de mídia para fazer valer suas pregações e alcançar notoriedade.
Denunciam, por exemplo, tratamento cruel de ovelhas na Austrália, para a obtenção de lã, matança de animais para fabricação de casacos de pele, alimentação à base de carne e touradas. Tanto, que a jovem da foto - de autoria não assinalada -, está figurando um miúra, aqueles enormes e imponentes animais massacrados pelos matadores de Espanha em tardes de sol.
É um movimento que, ao lado de grupos como o Greenpeace, terá, ao longo do tempo, possibilidades de crescer, ou pelo menos firmar-se como marco defensor desse ethos, podendo obter alguma representatividade junto à sociedade civil. A questão são os métodos, certamente considerados como ultra-radicais e até chocantes por olhares ligados ao establishment e que, mesmo sensibilizados pelas bandeiras pró-vida, teriam dificuldade em participar, mesmo que discretamente.
Mas, são os sinais dos tempos: as metrópoles, esses grandes e complexos seres urbanos, são movidas por um conjunto de reivindicações, numa intricada trama psicossocial, econômica, comportamental e política. E nesse oceano de gente e pulsões, aparercem os protestos, os gritos, a visão de que é proibido ser desumano.
De qualquer forma, vemos um mundo que, se de um lado sente o neoliberalismo buscar impor sua lógica de que tudo é mercado e assim deve permanecer e ampliar-se, de outro, ou outros lados, vêem-se pessoas e grupos dissidentes, apontando alternativas que, convenhamos, são muito mais humanas e têm um conteúdo ético admissível, pelo menos enquanto movimento de protesto.
Ousadias e picardias à parte, é pelo menos interessante saber que a irreverência de alguma forma desnuda as intenções ocultas e inegavelmente cruéis dos senhores do mundo. A moça da foto é uma espécie de Minotauro da vida. E caminha pelo dédalo da vida, criticando, com sua estética do corpo nu, as vergonhas escondidas de quem só faz o mal. E, com o mal, lucra, lucra muito.
Emanoel Barreto
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