quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Não podemos amarelar

Caros Amigos,
Os casos de febre amarela, além, é claro, das lamentáveis mortes que provocaram, podem ser entendidos como uma metáfora; bem ao estilo brasileirinho. Vivemos num país de tantos problemas, dificuldades mil e contradições às centenas, que cheguei a uma conclusão: do jeito que está, não podemos amarelar.

É preciso entrar firme no jogo, pisando com maciez no gramado, mas deixando as chuteiras com boas travas, para poder enfrentar o adversário; que, aliás, é um concorrente múltiplo: são as prestações no fim do mês, a gasolina cara, os supermecados vendendo preços em vez de comida, a Universidade reclamando de falta de apoio, e por aí, vai...

Mas, não podemos amarelar. Devemos é seguir em frente. Brasileiro não tem direito de ter medo (já nasceu dentro do perigo); não pode duvidar (pois são muitos os atalhos); nem fugir dos pesadelos (pois já de há muito caminha pela noite); não pode temer o tempo (já que é um povo que entrou na chuva - e é para se molhar ); e sabe que não pode confiar muito, pois como dizia Bezerra da Silva, "Você vê ladrão quando olha pra frente/Você vê ladrão quando olha pra trás."
É isso.
Emanoel Barreto

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