quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Cipó de aroeira

Caros Amigos,
O JB publica matéria em que fala de determinação judicial para que militares envolvidos em captura e morte de guerrilheiros nos anos 1970 dêem conta de onde foram parar seus corpos. Os envolvidos estão dizendo que não vão colaborar e um deles até garante que, se for chamado a depor, responderá à bala.

Não tenho mais idade para acreditar em revoluções. Mas entendo que o Brasil precisa passar a limpo essa história e contar aonde foram parar jovens que amavam tanto a revolução, pensavam em Cuba e acreditavam que um dia a classe operária chegaria ao paraíso. Sua juventude e, até mesmo, sublime loucura, merecem essa reparação.

Lendo a matéria, lembrei-me de uma composição de Geraldo Vandré, "Aroeira".
Transcrevo abaixo. Sem comentários.

Vim de longe vou mais longe, quem tem fé vai me esperar
Escrevendo numa conta pra junto a gente cobrar
No dia que já vem vindo
Que esse mundo vai virar

Noite e dia vem de longe
Branco e preto a trabalhar e o dono senhor de tudo
Sentado mandando dar e a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar

Marinheiro, marinheiro quero ver você no mar
Eu também sou marinheiro eu também sei governar
Madeira de dar em doido vai descer até quebrar
É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar

Emanoel Barreto

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