terça-feira, 24 de julho de 2007

História do Brasil - revista e atualizada (II)

Caros Amigos,
Há alguns dias publiquei recentes descobertas a respeito da História do Brasil. Agora, trago novas informações que pesquisadores, grandes estudiosos, filiados à escola da Sociologia do Cinismo, me enviaram em caráter exclusivo. Dizem os estudos:

Certa vez, em desespero após o caos aéreo, tanta gente morta em aviões, outros tantos mortos por bandidos e mais outros mortos pelo Congresso Nacional, cujos sequazes se apoderam de dinheiro público em proveito próprio, contribuindo assim para prejudicar programas de ação social e de saúde, o povo decidiu, assim, de uma hora para outra, que as coisas deveriam mudar: "Vamos fazer greve de nacionalidade. Vamos deixar de ser brasileiros. Vamos acabar com o Brasil. Não existe mais Brasil. Assim, não precisaremos mais pagar impostos, nem contas de água, luz e telefone, IPTU e imposto de renda. Melhor, como não somos mais brasileiros, não teremos mais a obrigação de ser assaltados pelos bandidos, nem os de rua, nem os da política."

A proposta, feita por não-sei-quem, foi aceita por aclamação. E começou a greve de povo. Da seguinte maneira: todos foram para suas casas, se fecharam, ficaram só vendo televisão. Quando a TV deixou de funcionar, porque os jornalistas e demais funcionários também foram para casa, as pessoas, calmamente, foram dormir. Quando acordavam, iam à geladeira, pegavam algo, comiam e assim ficavam em casa, sem o perigo de ser brasileiros. Nesse novo mundo, estranhamente, as geladeiras estavam sempre cheias, as despensas eram fartas e tudo ia muito bem.

Mas, então, o Congresso e os bandidos convencionais logo descobriram que não havia mais povo para ser explorado e assaltato, nem jovens para a venda de drogas. E, numa reunião secreta, o Congresso e os principais líderes do tráfico manifestaram sua perplexidade e todos disseram: "Isso é um absurdo! Como se pode admitir uma bandalheira dessas? Eu quero assaltar, não tenho a quem. E eu quero um mensalão e não tenho como arranjar." E concluíram: "Perdemos nossa fonte de renda. Perdemos o povo. Precisamos recapturar o povo e obrigá-lo a ser assaltado, a se viciar e a votar. Precisamos reinventar o Brasil. Queremos o Brasil-sil-sil!"

Os congressistas financiaram os bandidos e estes importaram armas de grosso calibre, munição especial e alto poder mortífero. Investigaram tudo e descobriram que as pessoas estavam em casa. E atacaram as casas com fogo nutrido. Em pânico homens, mulheres e crianças correram para o meio da rua e foram assaltados e muitos foram atraídos para as drogas.

O Congresso, imediatamente, deu início a um processo eleitoral, com grandes campanhas na TV, jornal e rádio, dizendo que o Brasil estava em perigo, os bandidos estavam nas ruas e era preciso fazer alguma coisa para salvar o Brasil.

Desesperadas, as pessoas diziam: "Mas, não existe mais Brasil, não era para isso estar acontecendo." Entretanto, as campanhas,a propaganda política, diziam: "Existe Brasil! Existe Brasil! Votem, para melhorar o Brasil! Vote em mim, que eu não sou ruim!"

E assim, em desespero, as multidões foram votar e elegeram os mesmos. E tudo continuou igual. Foi desta forma que o Brasil desapareceu e renasceu, os congressistas mantiveram as suas patranhas e os bandidos continuaram a assaltar o povo. Tudo voltou ao que era e quem vivia bem ficou muito bem.
Aguardem novas descobertas dos pesquisadores da Sociologia do Cinismo.
Abraços,
Emanoel Barreto

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