segunda-feira, 11 de junho de 2007

Querem impedir a PF de trabalhar bem: que coisa feia...

O ministro Tarso Genro, da Justiça, está desengavetando um projeto que restringe a ação da Polícia Federal no uso de grampos, em investigações.

Sob a alegativa de que é preciso parcimônia, serenidade e seriedade na escuta das conversas telefônicas de bandidos de colarinho branco, o ministro quer que, antes de chegar a um juiz e ser liberada (ou não), a autorização para o grampo deve passar, necessariamente, pelo crivo do Ministério Público, opinando sobre a matéria.

O objetivo seria impedir abusos ou distorções, quando se trata de investigações sobre meliantes ricos. É claro. Afinal, se eu sou rico, estou nas colunas sociais, incensado por esses jornalistas de festim, que celebram a boa vida e a futilidade de socialites e figurões, não posso, de uma hora para outra, ser exposto ao achincalhe de ser metido em um camburão por um carrancudo agente da PF que me pegou falando ou fazendo negócios feios. Assim, nada mais justo que restringir a ação da polícia.

Na verdade, estamos vivendo o seguinte: a Polícia Federal nunca atuou tanto e tão bem, com ampla repercussão de mídia, até mesmo desmascarando autoridades do seu próprio sistema hierárquico.

Seria o caso, sim, de dar-se mais e mais apoio aos agentes, para que continuem a agir, com precisão e efetividade. Num país onde a corrupção é endêmica, onde temos sempre um jeitinho para resolver até questão de fila em banco, uma instituição que leva a sério o seu trabalho precisa ser respeitada. O problema é que estão pegando até mesmo o irmão do presidente e um seu compadre.

Nada mostra que o presidente tenha algo a ver com as irregularidades. Mas, por precaução... é melhor reduzir o empenho dos agentes... É triste, mas é verdade: a mentira, com isso, pode se safar, de quem a persegue, para prender quem a pratica.

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