segunda-feira, 18 de junho de 2007

...e, de repente, veio a água

Natal está coberta de chuva
e as ruas estão inundadas.
Um frio estranho se espalha
pela cidade, como num abraço triste.

O sol, nosso amigo de tanto tempo,
escondeu-se, sumiu, esqueceu-se de brilhar.
As águas, que no sertão são queridas,
aqui somente trazem enguiços, preguiça
e uma vontade pesada de ficar coberto.

Ficou tudo turvo,
e de repente todas as
ruas se enchem de rios.

Vou até a janela
e vejo essas brumas d'água.
A vida também escorre,
como a enxurrada que segue rua abaixo
engolida nas bocas-de-lobo.

Nenhum comentário: