e as ruas estão inundadas.
Um frio estranho se espalha
pela cidade, como num abraço triste.
O sol, nosso amigo de tanto tempo,
escondeu-se, sumiu, esqueceu-se de brilhar.
As águas, que no sertão são queridas,
aqui somente trazem enguiços, preguiça
e uma vontade pesada de ficar coberto.
Ficou tudo turvo,
e de repente todas as
ruas se enchem de rios.
Vou até a janela
e vejo essas brumas d'água.
A vida também escorre,
como a enxurrada que segue rua abaixo
engolida nas bocas-de-lobo.
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