sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Panis et circensis

O Estadão online publica uma paleta de fotos sobre a estréia dos novos eleitos e dos reeleitos, para a Câmara e o Senado. Digo paleta pois as duas Casas terão efetivamente uma tal variedade de cores morais, de tons e semitons éticos, de valores intrínsecos aos parlamentares, que somente a designação, tomada de empréstimo ao léxico dos pintores, poderia abarcá-la por inteiro.

O trabalho feito pelos repórteres-fotográficos do Estadão, olhado em seu conjunto, dá idéia da pauta que receberam: exatamente colher pelo olhar e enquadramentos das lentes, uma forma de manifestação do que seja a essência do Congresso: um fulgurante cortejo de interesses os mais diversos. Desde a presença da cupidez do deputado Paulo Maluf, até a discretamente espalhafatosa presença do recém-empossado deputado Clodovil Hernandez.

Todo de branco, com um colete em tons negros, bengala, óculos escuros e a carteira de identidade parlamentar colocada sobre a bancada, ele apurou seus ademanes para manter-se no foco da mídia.

Vamos ver o que acontece. Collor está de volta, como senador. Sua primeira medida foi mudar de pardido. Ele fazia parte de um PS-não-sei-o quê e filiou-se ao PTB. A deputada Manuela, do PC do B, Rio Grande do Sul, foi de cara vista como a nova belezinha do plenário. Caras e bocas estão prontas para se apresentar.

Os velhos integrantes do baixo-clero também estarão atentos às suas manobras e meneios, jogadas e desvãos, sempre em busca de um mandato rentável. E ao, povo; bom, ao povo, pão e circo.

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