sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

O fim do jornalismo impresso

O The New York Times, o jornal mais prestigioso do mundo, começa a admitir, e a divulgar, que em mais cindo anos a publicação poderá deixar de ser impressa e passar unicamente a ser feita via internet. A empresa que edita o jornal e outros diários está amargando prejuízos. Por outro lado, já percebeu que os acessos à versão online superam a casa de 1 milhão e 500 mil por dia, enquanto a edição impressa tem 1 milhão e cem mil assinantes.

Acho que a diferença entre os números não seja assim tão expressiva, que justifique o fim do jornal impresso. Afinal, a internet certamente deveria permitir um acesso bem mais elevado. Aspectos como gratuidade e maior facilidade de se ler o conteúdo deveriam incentivar uma quantidade bem maior de leitores.

Mas deve-se levar em conta, também, a questão financeira. Os donos são quem sabe onde o sapato lhes aperta. Mas, estaria o mundo já socialmente condicionado, a ponto de prescindir dos jornais impressos?

Agora, a questão de fundo é efetivamente essa: até quando o jornal impresso poderá resistir, como meio eficaz de envio de informações de massa? Quando passará a ser visto como um anacronismo, uma vez que sua feitura, mesmo sob pressão, é lenta, se comparada à elaboração de material para a internet? Depois disso, vem a distribuição, trabalhosa, que envolve uma grande equipe de motoristas e descarregadores.

E isso sem levar em conta os custos com a informatização das redações, parques gráficos caríssimos, tinta, papel, fotolitos, chapas matriciais e toda a equipe que orbita em volta da redação: setor comercial, administrativo e funcionários de serviços gerais. É muita coisa.

Mas, a internet está apenas começando. Com passos largos, ganha espaço e socializa como veículo preferencial, especialmente entre os jovens. Por sua vez, o jornal impresso é veículo legitimado, portador de informações e opiniões credibilizadas historicamente e não vejo assim, num horizonte tão próximo, o fim das velhas folhas que tão costumeiramente manuseamos.

Creio que tudo virá a seu tempo. E esse tempo ainda não chegou.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou editora do Jornal de Debates. (www.jornaldedebates.com.br) Um informativo na internet que objetiva ser uma tribuna livre para opiniões e debates.Estamos com um debate sobre este assunto no ar. Questionamos O jornal impresso vai acabar?. Participe. Mande seu artigo para gente republicar no JD. liliane@jornaldedebates.com.br.

Paulo Augusto Sebin disse...

Eu escrevi justamente sobre isso no meu artigo Marketing digital também causa crise no jornalismo impresso. Olha que essa postagem é de 2007 e tenho certeza que na época o fim do jornalismo era menos evidente do que agora.

Para quem não se lembra ou nunca ouviu dizer por aí, em 1998, logo no início do advento da internet o fundador da Microsoft, Bill Gates, afirmou que nos dois anos seguintes os jornais e revistas não existiriam. O empresário errou apenas a cronologia e acertou a agonia do jornalismo impresso.

Desde 2010 as mídias impressas enfrentam diversos problemas financeiros acarretados por muitos fatores, como crises econômicas e políticas, decisões erradas de governo, altos impostos, mudanças das tendências e principalmente um concorrente de peso: a internet, que alterou as relações e o modo de consumo das notícias.

Jornal de Londrina encerrou as atividades, Folha de Londrina com redação "sucateada" tem muito menos profissionais do que no passado glorioso do jornalismo impresso, revistas de grandes editoras, como Abril, deixando de circular. Eh! parece que Bill Gates realmente tinha razão.

O jornal impresso começou a morrer à partir de 2010.