quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Indignos até da morte

Deu no Estadão online.
RIO - A morte de João Hélio Fernandes, de seis anos, chocou até a polícia do Rio de Janeiro. O delegado Hércules Pires do Nascimento, que investiga a morte do menino arrastado por sete quilômetros do lado de fora do carro de sua mãe, que havia sido roubado, classificou os criminosos de "monstros". "As pessoas nas ruas gritavam para que eles parassem. Acredito que estivessem drogados", afirmou. O Disque-Denúncia do Rio está oferecendo uma recompensa de R$ 2 mil para informações que levem à identificação e prisão dos assassinos. O telefone é 21-2253-1177.

Segundo o delegado, os dois assaltantes perceberam que João Hélio Fernandes estava preso no cinto de segurança mas não pararam o Corsa. Eles estacionaram o carro, na tentativa de esconder o veículo, e fugiram a pé.

A mãe da criança, Rosa Cristina Fernandes, de 41 anos, estava com a filha Aline, de 13 anos, ao seu lado, no banco da frente, e João Hélio no banco de trás. A família foi abordada quando o Corsa parou num sinal na esquina das ruas João Vicente com Henrique de Melo, no bairro de Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio.
A mãe abriu a porta traseira para tirar o garoto, mas João Hélio ficou preso pelo cinto, do lado de fora do carro. Os criminosos arrancaram, a porta do veículo fechou e o menino foi levado pendurado pelo abdome. Eles percorreram quatro bairros - Oswaldo Cruz, Campinho, Cascadura e Madureira.

E agora?

Dizer o quê, diante desse fato: Pai, perdoai-os, pois não sabem o que fazem?
Dizer o quê, diante desse fato: os bandidos são vítimas da sociedade e estão somente reproduzindo o modelo de exclusão e opressor ao qual estão vinculados?

Dizer o quê, não sei. Mas, fazer o quê, acho que sei: está na hora de a sociedade responder à altura, com força e armas, em ação permanente e diária, no enfrentamento de tais criminosos.

Não há justificativa a uma ação de tamanha brutalidade ante uma criança indefesa, mais que isso, inofensiva e incapaz de fugir ao ataque de homens que são indignos até da morte.

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