Em Coisas da Política, Mauro Santayana analisa a vinda de operários chineses para trabalhar na construção de uma usina a ser construída pela Companhia Siderúrgica do Atlântico, uma joint-venture da Thissen com a Vale do Rio Doce. A obra será em Itaguaí, Rio.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro-Firjan, justifica a contratação dessa mão-de-obra como uma simples terceirização, já muito comum no Brasil e, acima de tudo, diz: os empresários têm o direito de reduzir os custos do trabalho. Até que têm, só que, com isso, estão espulsando trabalhadores brasileiros, em favor de interesses mesquinhos do empresariado internacional e fluminense. Ralvez fosse a hoje de o governo federal intervir, de alguma maneira.
A tendência é mundial, ou seja: universaliza-se a precarização do trabalho, sob alegação de modernidade e globalização, enquanto o dado humano da questão, o dado trabalhador, é colocado em segundo plano. O trabalhador terceirizado, que é literalmente importado como peça de uma engrenagem de exploração e lucro, é somente isso: peça de engrenagem mais barata, um item que entra como insumo e pode ser descartado. Só isso.
Não é mão-de-obra qualificada, é gente simples, que fará trabalho pesado e pago a preço abaixo daquele que seria cobrado em caso de mobilização de trabalhador local.
Essa é uma, mais uma das manifestações perversas da globalização, que partilha com grande equanimidade sofrimentos, humilhações, desemprego, subemprego, demissões e toda espécie de exclusão em favor do capital, do lucro a qualquer custo - desde que o custo seja pago pelo trabalhador.
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