quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Ação contra o crime organizado

Ao que parece, as autoridades do Rio e de Brasília estão começando a tomar atitudes que resultarão em ações efetivas contra o crime organizado, pelo menos no que diz respeito à parte operacional, aquele que fica sob a responsabilidade dos dos bandidos, nas ruas. Com o patrulhamento das estradas que dão acesso ao Rio, as autoridades esperam controlar o tráfico de armas e de drogas.

Os serviços de inteligência deveriam, paralelamente, invadir o outro lado do banditismo, o lado clean, charmoso e rico, dos grandes traficantes, daqueles que ficam em suas coberturas e de lá têm articulações com o crime, ou melhor, com ele estão efetivamente envolvidos. É preciso também desarticular as ligações dos criminosos com a polícia e demais setores do Poder, conexos ao tráfico.

É necessário uma legislação mais dura, pois as ações de barbaridade cometidas recentemente no Rio, e já há algum tempo em São Paulo, são um demonstrativo exato de que as quadrilhas não temem a polícia e desafiam a sociedade. A barbárie é um discurso, uma ação comportamental que transmite uma mensagem: "Nós temos força e vamos usá-la."

O trabalho de domínio dos bandidos é longo, penoso e exige tenacidade e decisão de vencer. Exige, portanto, uma política de segurança nacional e integrada, com desdobramentos ao longo do tempo e adaptação às situações que venham a se postar. O crime é algo inserido na História e assim é mutável, adaptado seu modus operandi às circunstâncias nas quais esteja imerso. A repressão mudou? Muda-se também a forma de enfrentá-la.

Se os bandidos, acossados pela polícia, resolverem, por exemplo, voltar seus olhos para o Nordeste, ou para o Sul, haveria que tipo de reação das forças que o combatem? Reação pronta? Há planos para situações desse tipo?

Esperemos que, de início haja a vitória da legalidade. Depois, é esperar para ver se entrará realmente em ação uma política nacional de segurança pública, de caráter permanente e implacável contra o crime organizado.

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