sexta-feira, 5 de maio de 2006

Garotinho: de criança, não tem nada

"Dinheiro não traz felicidade.
Então me dê o seu e viva feliz."
Autor desconhecido

A notícia abaixo é do Estado de S. Paulo. Em seguida, um comentário.

RIO DE JANEIRO - A greve de fome do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que completou quatro dias, continua provocando reações diversas. Algumas delas debochando da atitude do político. Nesta quinta-feira (ontem), os humoristas do programa Pânico, da Rede TV! tentaram entrar no prédio onde Garotinho está para levar uma mamadeira a ele. Mas a hostilidade de partidários de Garotinho fez com que os humoristas Vesgo e Sílvio tivessem que deixar o local.

Em Sorocaba, no interior de São Paulo, o empresário Arany Marchetti, dono de uma funerária, ofereceu um enterro de graça a Garotinho.

Ele mandou confeccionar faixas com mensagens de pesar, duas coroas de flores e colocou um caixão de defunto modelo luxo numa das salas do principal velório da funerária Ossel, na região central de Sorocaba. Dentro da urna, pôs um boneco com a cara do político.

Dizendo-se apolítico, Marchetti disse que considera a greve de fome do pré-candidato do PMDB à Presidência "uma palhaçada para tomar o tempo" do brasileiro.

"O Garotinho disse que vai ficar em greve até morrer. Já que ele quer aparecer, estamos dando uma contribuição." Segundo o empresário, as despesas do enterro vão ficar por conta da sua funerária.

Um farsante profissional

O ex-governador Anthony Garotinho é realmente o que se poderia chamar de um farsante profissional. Seguidor de um populismo rasteiro, apresentador de soluções remendadas para problemas sociais graves, amigo de figuras que nenhuma pessoa de bem chamaria à sua casa, ele agora quer se apresentar como vítima de um complô - que não existe - para impedir sua candidatura à presidência da República.

Complô ou não, graças a Deus tudo indica que ele não será candidato. Mas, voltemos à questão do farsante. Há muitos anos assisti a um filme, na TV, intitulado "Magnífico farsante". Tratava-se da história de um vigarista. Mas desses vigaristas que o espectador, ao longo da fita, vai simpatizando com ele, gostando dele e acaba torcando para que consiga escapar da polícia, porque, na verdade, o homem era mais um trapalhão que um vigarista.

De alguma forma, Garotinho, que de criança não tem nada, é um farsante bem sucedido. Pelo menos bem sucedido até então. Tanto, que conseguiu alavancar sua carreira de locutor até chegar ao governo do Rio. Só que, ao contrário do personagem cinematográfico, não tem nada de magnífico, sequer um fio de credibilidade para ganhar simpatia e credibilidade.

Fizeram bem os humoristas, ao tentar levar a ele uma mamadeira. Afinal, menininhos precisam tomar o seu leitinho, para crescer fortes e saudáveis. Mas, até quando continuará a farsa da greve de fome? Trata-se, na verdade, de uma jogada de marketing, uma tentativa de vitimizar uma personagem deplorável da cena política brasileira.

Ele tenta chegar ao nível da exaustão, para suscitar na imprensa um clima de expectativa quanto ao seu estado de saúde, originando, a partir daí, uma atmosfera de pesar público, a compaixão orquestrada para com sua saúde.

Não dará certo. Greve de fome exige que quem a pratica tenha biografia, passado de credibilidade para tanto, e mais: é preciso que a causa seja honorável, que sejam nobres e socialmente apreciáveis seus intentos. Não há nada disso nas intenções de Garotinho. A não ser birra infantil de um político que eticamente não passou da primeira infância.

Um comentário:

Marco Aurélio disse...

Emanoel

Garotinho é um menino muito dengoso! Não queria comer. Eu sabia que esta greve de fome de despiste não ia durar. Que pena. Foi a primeira vez que teve a oportunidade de fazer algo de útil para o país.Mudando de assunto,
você sabe por que a cerveja não congela quando está na geladeira e quando pegamos na garrafa ela congela? Se tiver um tempinho,dê uma olhada no post de hoje.


Um abraço

Marco Aurélio