quarta-feira, 26 de julho de 2006

Caminhos, pessoas, paisagens e coisas das Gerais

"Para dizer o que vai acontecer,
é preciso entender o que já aconteceu."
Nicolau Maquiavel

Na crônica de ontem falei sobre Minas Gerais, uma visão geral da paisagem humana, o imenso cenário de montanhas, grandeza brotada da terra que se levanta intensa para o céu. Foi bom reencontrar pessoas, as mãos mágicas de Nice em sua delicada missão de fazer os melhores quitutes de uma culinária riquíssima. As atenções de seu marido, Cristiano, conhecedor emérito das melhores cachaças, daquelas sem marca, fabricadas em alambiques secretos.

No Espírito Santo, Cristianinho, que puxou ao pai, uma figura dessas que somente encontramos em situações muito especiais. Ao lado de Rosi, sua mulher, e de Sarah, a filhinha linda, tem uma família feita de paz.

Mas as montanhas das Gerais escondem, aninhado bem nos longes das distâncias, o povoado de Major Ezequiel. É um lugar onde se reverenciam memórias antigas, numa vida calma. Ali se avultaram para mim as figuras simples e boas de Geraldo e Maria. Ele, agricultor e homem de criação de gado. Ela, a expressão mais forte da mulher e mãe de muitos filhos.

Na charrete, tirada pelo cavalo Foguete, um passeio por velhas fazendas, onde chegamos por estradas difíceis, cruzando com carros-de-boi carregados. A visão do cemitério dos escravos onde, dizem, as almas fortes que ali habitam impediram que uma ferrovia por lá passasse, destruindo aquele canto cercado de misticismo e fé do povo.

No alto, uma igreja. Seu sino triste sempre toca quando alguém morre. À noite, o frio é companheiro que invade as casas. O Major, como é conhecido o povoado, é terra que venceu as mudanças e diz ao tempo que prefere ficar como está, distante das neuroses da cidade e dos seus habitantes apressados.

Não há como esquecer de Dimas e Eliana, em Belo Horizonte. Ao lado dos filhos Ígor e Erick sintetizam à perfeição o que seja tratar bem, receber, abraçar. Enfim, nessas férias, eu e Minha Mulher percorremos caminhos afetivos que há muito esperávamos rever, como Tia Nice e Tio Nilzinho.

Foi uma viagem boa, cheia de delicadas emoções. E o tempo não apagará do espelho das lembranças as imagens de tantos e de todos que nos receberam, a mim e à Minha Mulher, com seus gestos mais queridos. Dá vontade de voltar. E voltaremos, quando essa vontade se derramar pelas bordas do cálice da saudade.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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