terça-feira, 20 de junho de 2006

Às vésperas do fim do mundo

A neve e a tempestade matam as flores,
mas nada podem contra as sementes.
Khalil Gibran

Os jornais informam que a Noruega iniciou segunda-feira última a construção de um depósito mundial de sementes no arquipélago de Svalbard, no Oceano Ártico. O objetivo é garantir a preservação de espécies agrícolas e também o ser humano, em caso de ocorrência de catástrofes naturais, guerras nucleares ou sabotagens de terroristas.
Resumindo: o ser humano chegou ao ponto de ter que esconder sob a terra, na verdade uma montanha de pedra, sementes que, sem a insanidade hoje imperante entre os homens, na verdade não precisariam de tanto.
As informações da imprensa indicam que o depósito no Ártico deverá armazenar três milhões de amostras genéticas. As sementes serão enterradas a mais de dez metros de profundidade e mantidas encaixotadas a uma temperatura de seis graus abaixo de zero, podendo o sistema abaixar a temperatura até 18 graus negativos, caso a temperatura externa aumente.
Guardas armados, cerca de grande segurança e até ursos polares defenderão a vida escondida a sete chaves. Se os líderes do mundo não se reunissem somente para discutir questões mesquinhas como o dinheiro que tiram dos países mais pobres e o controle de armas que eles mesmos mandam produzir, nada disso seria necessário.
Afinal, que coisa mais simples e natural é o germinar de uma semente? É louvável, inegavelmente, a iniciativa do governo norueguês, mas soa muito estranho tal iniciativa, pois a rigor bastaria o bom-senso da humanidade, para que nada disso fosse necessário. A precaução, entretanto, nos dá um alerta a respeito do que estamos tramando, enquanto coletividade humana.

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