segunda-feira, 22 de maio de 2006

Código Da Vinci: uma bíblia midiática para uma fé televisiva

"Comprometemo-nos a trabalhar
com ambas as partes para levar o nível
de terror a um nível aceitável
para ambas as partes."
George W. Bush

Chegamos a um ponto em que a farsa tomou o lugar do bom senso e o bom senso perdeu a saliência essencial daquilo que seria digno de nota. Tem-se uma prova com a simples leitura da frase do presidente americano, bem como com a celeuma criada em torno da versão filmográfica do Código Da Vinci.

Vivemos numa sociedade midiocrática, onde comportamentos podem ser moldados. Não pelo fato de que as pessoas reajam maquinalmente a uma determinada mensagem, como um robô faria a um comando direto.

Mas em função de que a criação de esquemas mentais socializados e cristalizados respondem positivamente sempre e quando mensagems de determinado teor tocam pontos socialmente sensibilizados (já notou que supermercados e lojas de roupas estão vendendo em grande escala roupas verde-e-amarelo? - é só para mostrar...)

Num mundo de grandes carências, num mundo em que não há mesmo respostas a indagações as mais simples, como a dúvida de uma família favelada se terá o que comer dia seguinte, publicações como o Código Da Vinci assumem o papel de estatutos que até então tinham sobre si a visão de esclarecimento sobre o divino e o mundo.

Para muita gente, o Código Da Vinci está substituindo a Bíblia. E isso pelo fato de que o Código Da Vinci é uma espécie de Bíblia midiática, feita sob medida para uma fé claudicante, para os fiéis de uma Igreja Católica que também se transformou numa instituição midiática que tem produtos como o padre Marcelo Rossi e o padre Antônio Maria, que tão bem trabalham suas imagens públicas.

Igrejas protestantes também alardeiam milagres; em Natal, chegou a passar um pastor que anunciou claro e bom som: "Venha buscar o seu milagre!" E, ao que parece, uma grande mulditão compareceu.

No mais, é o seguinte: reze para o PCC não publicar também sua bíblia de crimes. Na prática, já há tantos adeptos, que, logo logo, seus chefões estarão comandando rituais de iniciação ao crime.



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