sexta-feira, 24 de março de 2006

Não, não: não está havendo nada

"Não deixe para amanhã
o que pode gozar hoje."
(Lenina, personagem de "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley)

Não, não, creio que não. Creio que está tudo bem no Brasil: não há corrupção, ninguém apoderou-se de dinheiros públicos, ninguém financiou campanhas com dinheiro de caixa dois, nenhum publicitário guardou milhões em paraísos fiscais, o presidente Lula de nada sabe; até porque é um homem que não convive com a improbidade.

Não, não. Não está havendo nada. O que se diz por aí é alucinação. Sim, é isso, é somente alucinação. Uma grandiosa, estupefaciente e penetrante alucinação, que nos faz pensar que estão acontecento coisas terríveis, como a morte do prefeito Celso Daniel e ameaça aos seus familiares, que, também paranóicos, fugiram para o exterior, tomando porém destino ignorado. Que absurdo.

Mas é tudo só impressão. É só uma sensação. Estamos todos sob um processo de auto-sugestão, que nos leva ao pessimismo e daí a suspeitarmos que estaria havendo, como diria Chico Buarque, tenebrosas transações.

Assim, fique tranqüilo. E ainda pegando uma carona nas composições de Chico Buarque, faça o seguinte: quando a polícia chegar, chame o ladrão. É que... nesse país, os ladrões resolvem tudo. Tudo. Tudo. Tudo.

PS: O caso do caseiro, com trocadilho e tudo o mais, também é fruto de alguma ação do Grande Houdini. Ninguém mandou quebrar seu sigilo bancário, não aconteceu nada. Pensando bem, será que você existe?




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