segunda-feira, 31 de maio de 2021

 Quem tem pé de barro vai cair

Por Emanoel Barreto

Situações históricas onde persistem sistemática e estruturalmente a desigualdade e a injustiça favorecem grandemente o surgimento de lideranças manipuladoras e messiânicas, pregoeiros de uma era de prodígios, com isso atraindo a si a atenção dos ignorantes e, mais e pior que isso, a aliança dos que fazem da política um negócio, uma profissão, um cassino.

Na verdade, os messias de tais tempos são profetas falsos de suas próprias ideias superficiais e marcantemente brutas; mas tais ideias, caindo no solo fértil da ignorância e das necessidades de pobres e desassistidos, ganham impulso e força.

O Brasil sofre desse duplo mal histórico: a pobreza como degradação de milhões e a política como cofre para aproveitadores da pior espécie.

A tais situações veio juntar-se uma pandemia que tem sido negligenciada desde o início pela pessoa que ora é chamada de presidente da República, e infelicita a vida de milhões.

Caminhamos já para 500 mil mortos – uma tragédia que paradoxalmente parece não incomodar a muita gente.A sociedade parece de alguma forma paralisada.

A aparente naturalização da morte sugere que o lamentável número de mortos é visto apenas como noticiário, número exposto diariamente pela imprensa. E isso está se transformando num perigoso componente do complexo quadro de terror expresso em hospitais lotados.O horror parece não intimidar a muitos.

Prefeitos, numa atuação desatinada, buscam liberar, como se essenciais fossem, atividades como bares e restaurantes. Natal é um triste e bisonho exemplo sob a liderança de Álvaro Dias. Aluou? Creio que não: faltou foi mesmo sentimento de estimar os resultados terríveis de tal decisão. Faltou sobriedade de pessoa pública. Sem trocadilho, advirto.

Esperemos o seguir dos dias. Haverá uma vitória. E todos os que têm pés de barro vão cair.  

 

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