Vacina: o uso emergencial do direito à vida
Por Emanoel Barreto
Quando o Butantan pedia à Anvisa autorização emergencial para o uso da vacina pedia na verdade autorização para o uso emergencial do direito à vida.
Quanto mais demorava a decisão maior eram a angústia e o temor das pessoas dignas de ser reconhecidas como seres humanos dotados de escrúpulos e respeito pelo seu semelhante. Enquanto isso a pandemia, a pandemia, a pandemia...
Por sua vez, o outro lado, a banda sombria, o flanco trevoso e lúgubre apostavam na improvável vinda de uma vacina originária da Índia – e deu no que deu: Bolsonaro falhou miseravelmente em seus planos e nada conseguiu pois o governo do país asiático negou-lhe qualquer apoio, prestígio ou apreço.
Sai pra lá. Índia acima de tudo, foi o que de alguma forma lhe foi atirado na cara. Se fosse por Bolsonaro estaríamos sem nada.
E mais: sem o Butantan estaríamos sem vacina. Temos tecnologia de ponta e ficamos mendigando como dalits, segmento social vigente na Índia e composto pelos últimos dos últimos, pelos intocáveis, mulheres e homens cercados de preconceitos e injusta rejeição.
Afinal, venceu o bom senso e o uso emergencial do direito à vida está em vigor. Bolsonaro vergou-se à realidade e cambaleou, foi derrotado.
A vacinação é algo tão bom e tão justo que acolhe até mesmo os que defendem que sejamos como os dalits. Essa é outra face daquilo a que se chama democracia, ou ética, ou humanidade, ou solidariedade – você escolhe.
Para encerrar: chegada a vez dos que defendem que sejamos como os dalits tais indivíduos terão também direito à vacina, vale dizer terão direito à vida. Espero que vivam em paz.
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