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Sérgio Lima/Poder360 - 3.fev.2017 |
44 dos 81
senadores têm processo nas costas;
e vão eleger
o próprio juiz
O portal Congresso em Foco diz:
“Sem qualquer constrangimento, senadores
sob suspeita escolherão na próxima semana o novo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF). Na prática, parlamentares com problemas na Justiça ou ameaçados pela
Operação Lava
Jato terão o privilégio de definir o próprio juiz.
“Mais da metade do Senado que
votará em plenário a indicação de Alexandre de Moraes está na mira da mais alta
corte do país. Pelo menos 44 dos 81 integrantes da Casa respondem a acusações
criminais no próprio Supremo ou enfrentam a desconfortável situação de figurar
nas delações ou planilhas da Odebrecht – e, por isso, estão a um passo de terem
de se explicar à Justiça.
“Levantamento do Congresso em Foco revela
que pelo menos 34
senadores são alvos de inquérito (investigações
preliminares) ou ação penal (processos que podem resultar em condenação) por
diversos crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro, contra a Lei de
Licitações e o meio ambiente. Oito já são réus.
“Um deles já poderia estar na
cadeia. Condenado pelo próprio Supremo a quase cinco anos de prisão, em agosto
de 2013, por fraude contra a Lei de Licitações, Ivo Cassol (PP-RO)
continua em liberdade e no exercício do mandato, participando de algumas das
principais decisões do país.
“Desde dezembro de 2014 o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o início do cumprimento da
pena. O senador está pendurado em
um recurso cujo julgamento poderá ser definido pelo próprio Alexandre de Moraes.”
Quando um
senado tem mais da metade dos seus membros envoltos nos tecidos sórdidos do
crime e, mais que isso, vai escolher um dos juízes que os julgará pode-se dizer
que literalmente há algo de podre em nossa pobre dinamarca.
A sociedade
e especialmente a suprema corte assistem, como que contaminadas por algum
veneno paralisante, o desenrolar da tragédia, sem que haja uma só voz que se
levante.
A farsa
segue adiante, os atores estão a postos e todos querem refocilar com a impostura.
O futuro ministro Alexandre de Moraes e seus iguais parecem não ter ideia do
quanto é grave a situação no país.
O crescimento
da violência enquanto manifestação de banditismo não se exaure enquanto fenômeno
em si. Não é a simples desordem do bêbado da esquina que antigamente intimidava
as cidadezinhas ordeiras e pacíficas.
Não, a
situação hoje é complexa. É fruto de uma conjuntura e de uma estrutura históricas
e de longa data gerando os grupos de marginais que, de arma em punho, começam a
criar uma forma de classe e seu típico sentimento de pertença e união. Forma-se
uma subcultura e grupos disputam entre si como se fossem povos lutando por um
mesmo território.
A corrupção
é quase institucional, como o mostram o senado, a câmara dos deputados, as
assembleias legislativas e vereadores. Além, é claro, do executivo.
A Justiça
segue o mesmo rumo. Tanto que acatará, ao que tudo indica, o ingresso de Moraes
em seu recinto. Vivemos um perigoso momento da nacionalidade.
Não temos
rumo, não construímos uma utopia, mas erguemos estranhas catedrais, como diz Chico
Buarque em sua “Vai passar”. E se temos tais e estranhas catedrais, com tais e lamentáveis
sacerdotes, adoramos a um deus ateu e desalmado: o deus dos que desejam tudo
para si como se repetissem o ditame: “Farinha pouca, meu pirão primeiro.”
...................
Direito meu
Leio que O
Estado brasileiro será obrigado a ressarcir a cada criminoso que esteja
recolhido a prisão cujas condições sejam tidas como indignas e humilhantes. É compreensível,
em função do processo civilizatório.
Mas,
fica-me uma pergunta: e o que dizer dos doentes que morrem em hospitais
públicos por falta de qualidade no atendimento, ficam jogados em macas pelos
corredores e, pior, morrem por falta de atendimento?
Trata-se,
estou certo, de, tão-somente, uma jogada para enganar alguém que seja muito
tolo ou esteja sendo vítima de algum tipo de alucinação e acredita na seriedade
desse governo.
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