quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Perdeu, cidadão, perdeu!

Sorria, você está sendo assaltado!

A sociedade da informação, o jornalismo-espetáculo, transformaram as ocorrências criminais, especialmente os assaltos, em ponto de pauta para a agenda jornalística. 

No Rio Grande do Norte, onde os criminosos agem com desenvoltura – mais que isso –, com deboche e arrogância, a exposição televisiva de ocorrências envolvendo a ação de bandidos ante pessoas indefesas tornou-se corriqueira. 

As câmeras que flagram a presença de malfeitores agindo no interior de lojas e outros locais passaram a, de alguma forma, fazer parte dos equipamentos televisivos. As câmeras de segurança fazem parte do show. 

Mas esse show, ironicamente, é o único grito da sociedade abandonada pelo governo do estado, que falha não apenas na segurança pública, mas se esboroa também na saúde, desmorona na educação e afunda quando se trata de algum tipo de política pública para a cultura. Estamos a esmo. 

Em Natal a presença de bandidos armados e desafiadores não merece qualquer atenção ou pelo menos uma maior atenção da polícia. Atenção firme, decidida, confiável, pulso forte, isso não há. E os bandidos sabem disso muito bem.

Não há patrulhamento tático visível, o cidadão não tem a quem apelar, há medo e incerteza. Consequência?  Todos os dias os noticiários estão cheios de informações a respeito de assaltos e mais assaltos, violência, brutalidade. E mortes, muitas mortes. Tais registros se dão até mesmo em programas televisivos que não são especializados em banditismo.

Os presídios parecem ter paredes feitas de queijo, seu assoalho tem a consistência de papel machê. Com isso, túneis cortam o subsolo das penitenciárias e criminosos brotam do chão como ervas venenosas e impunes. 

E assim, diante de tudo isso, sugiro: substituindo as plaquinhas tão comuns em lojas, elevadores e ambientes abertos ao público poderíamos colocar outras palavras. Essas palavras: “Sorria, você está sendo assaltado!”



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