Sorria, você está sendo assaltado!
A sociedade
da informação, o jornalismo-espetáculo, transformaram as ocorrências criminais,
especialmente os assaltos, em ponto de pauta para a agenda jornalística.
No Rio
Grande do Norte, onde os criminosos agem com desenvoltura – mais que isso –,
com deboche e arrogância, a exposição televisiva de ocorrências envolvendo a
ação de bandidos ante pessoas indefesas tornou-se corriqueira.
As câmeras
que flagram a presença de malfeitores agindo no interior de lojas e outros
locais passaram a, de alguma forma, fazer parte dos equipamentos televisivos.
As câmeras de segurança fazem parte do show.
Mas
esse show, ironicamente, é o único grito da sociedade abandonada pelo governo
do estado, que falha não apenas na segurança pública, mas se esboroa também na
saúde, desmorona na educação e afunda quando se trata de algum tipo de política
pública para a cultura. Estamos a esmo.
Em
Natal
a presença de bandidos armados e desafiadores não merece qualquer
atenção ou
pelo menos uma maior atenção da polícia. Atenção
firme, decidida, confiável, pulso forte, isso não há. E os bandidos
sabem disso muito bem.
Não há
patrulhamento tático visível, o cidadão não tem a quem apelar, há medo e
incerteza. Consequência? Todos os dias
os noticiários estão cheios de informações a respeito de assaltos e mais
assaltos, violência, brutalidade. E mortes, muitas mortes. Tais registros se dão até mesmo em programas televisivos que
não são especializados em banditismo.
Os
presídios parecem ter paredes feitas de queijo, seu assoalho tem a consistência
de papel machê. Com isso, túneis cortam o subsolo das penitenciárias e
criminosos brotam do chão como ervas venenosas e impunes.
E assim,
diante de tudo isso, sugiro: substituindo as plaquinhas tão comuns em lojas, elevadores
e ambientes abertos ao público poderíamos colocar outras palavras. Essas palavras: “Sorria,
você está sendo assaltado!”
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