Os
crimes
do Padre Heusz
do Padre Heusz
Ele
diz : “O salário do pecado é a morte”; e pune os pecadores do hóstias
envenenadas
“Os
crimes do Padre Heusz” é o título do romance que envuiei à Editora Sebo Vermelho. O lançamento ocorrerá emdia 10 de julho
próximo, a partir das 19h no Solar Bela Bista. “Os crimes...” conta a história do Padre Heusz, que toma ao pé da letra
a assertiva bíblica “o salário do pecado é a morte” e pune os pecadores com
hóstias envenenadas.
As
hóstias, no entanto, não recebem poção bruta ou grosseira; ao contrário,
a fórmula do veneno leva o pecador, pouco antes de morrer, a estado de
beatificação, sensação de estar em paz, gozo místico. Padre Heusz não
quer que os pecadores sofram fisicamente, sintam angústia ou sequer
percebam que estão morrendo, mas partam em completa sensação de paz. Isso
porque não se sente um assassino; acredita-se em missão, pois em sonho
que um anjo lhe aparecera convocando-o a punir os pecadores. Então, pede a um
químico que produza o delicado veneno.
O
prefácio é do escritor François Silvestre. O livro é dedicado aos repórteres
policiais Pepe dos Santos, Genésio Pitanga e Ubiratan Camilo (in memoriam).
O
relato da história é feito por meio de cartas que o Padre Heusz envia ao editor
de um jornal que aos poucos vai se envolvendo na trama até o confronto final,
quando o sacerdote tenta matá-lo em uma caverna profunda que havia sido
transformada em catedral.
A obra
trata, em meio ao suspense em que foi construída, da questão da condição
humana, da queda, das incertezas e questionamentos entre os conceitos do Bem e
do Mal. Como exemplo pode-se citar o personagem que é sósia do Padre Heusz e
vai à sua procura.
É um
homem rico, cruel, invejoso e sem limites morais. É essa inveja que o leva a
capturar e martirizar Padre Heusz, a quem acredita um santo. E como entende que
todo santo deve ser martirizado, confia estar dando a Padre Heusz aquilo que
todo santo deseja. E o prende a uma roda medieval de tortura, usada pela Santa
Inquisição. O sequestrador considerando-se um “piedoso inquisidor”.
Supõe
que, morto o padre, poderia assumir sua personalidade e assim tornar-se um
digno sacerdote. Padre Heusz escapa no último instante.
Há
situações que foram tiradas da vida profissional do autor no exercício do
jornalismo. Foram usadas para dar maior verossimilhança à narrativa. Como
exemplo, a invasão da redação onde trabalha o personagem que é editor do
jornal. De repente, chega ao local um homem perseguido por multidão que queria o
seu linchamento.
O fato
foi transposto ao livro. Eu realmente enfreitei tal situação na Tribuna do
Norte, quando um homem que havia surrado o pai foi perseguido e refugiou-se na
redação.
Quando
a turba foi expulsa o arruaceiro explicou o motivo de haver corrido até o
jornal: como a Tribuna pertencia a Aluizio Alves e este era tido como o
protetor do povo, o fugitivo fora ao jornal para ser “protegido por Aluizio”.
O
romance é uma sucessão de acontecimentos bizarros e terríveis situações, com os
personagens levados ao limite da condição humana. Tudo se passando em meio a
momentos de terror e um final absolutamente inesperado.
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