domingo, 9 de junho de 2013

Pequena 

carta à chuva

Cai uma chuva noturna e boa. Amiga do vento, a chuva se espalha como um véu d’água, um solidéu, algo assim. Como se fossem bichinhos vivos, os pingos enfeitam vidraças e correm para se aninhar não sei aonde.

Acho que o barulho da chuva é a sua voz. Uma voz que tem o brilho perolado da água, um cheiro de mato e chão. A chuva é a mãe do arco-íris que dorme nas nuvens, a avó de todos os roçados, prima do gado sertanejo, irmã da floração das plantas. A chuva é verde em essência. Irmã gêmea da vida.

Obrigado, chuva, por chover.


Emanoel Barreto

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