terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Rede Bandeirantes promove o reality show Mulheres Ricas. Uma afronta, um escárnio a quem trabalha com dignidade. Claro, o programa foi feito para causar impacto. De tal forma que, ao criticá-lo, você acaba fazendo a divulgação. Metacomunicação à parte, não se pode ficar calado. É preciso manifestar indignação. 

A exposição das socialites é um discurso cujo centro é: veja como elas são e sinta só como você vive: em filas, esperando uma vaga no SUS, temendo ser assaltado, sendo assaltado, explorado, humilhado. 

A par disso fica a sugestão de que esse deveria ser o modo de vida, o padrão social,  a circunstância existencial, preferencial de estar no mundo, o sentir-se bem à custa de uma vida fútil, frívola, leviana. No fundo diz-se também o seguinte: você está errado em ser pobre, você é pobre porque merece ser pobre; já elas... são ricas porque merecem ser ricas...

Segue o texto da Band a respeito do programa.

A socialite Narcisa Tamborindeguy, a empresária Val Marchiori, a arquiteta Brunete Fraccaroli, a piloto Débora Rodrigues e a joalheira Lydia Sayeg expõem o dia a dia profissional e familiar. Elas são protagonistas de "Mulheres Ricas", o novo programa da Band, produzido pela Eyeworks/Cuatro Cabezas.
Um reality show em formato documental traz para a TV o cotidiano de cinco mulheres poderosas e ricas do eixo São Paulo/Rio de Janeiro. Luxo, carros importados, joias caríssimas, viagens internacionais e muito, mas muito mesmo, champanhe. Acostumadas com tudo do bom e do melhor e, mesmo assim, ainda não estão satisfeitas.

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