quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Que saudade de Djalma Maranhão




Aproxima-se o dia da eleição para prefeito. A data final para a escolha, o deadline, o prazo fatal. Escolhido Carlos Eduardo ou Hermano Morais terá início, espero, o processo de reconstrução da cidade. Por enquanto os tempos ainda são de promessas, alarde de grandes feitos, enunciação de sonhos, espalhar de anúncios de uma era fabulosa a ter começo com data marcada: a próxima administração.

Djalma Maranhão em foto encontrada no

blog de EDUARDO ALEXANDRE


Na essência o discurso dos candidatos está voltado para abarcar esse universo fictício - e que todos sabem inviável - de uma cidade perfeita, belíssima, com a presença do poder público chegando a todos e a cada um, atendendo a anseios sociais urgentes, tendo a promoção da cidadania como coisa sagrada ou quase isso.

Estamos na fase final do espetáculo da campanha. Os atores ataviados com as melhores roupagens da condição de líderes, adornados com os mais altos propósitos de servir sem de nada se servir. São palavras, apenas palavras. Depois da eleição virão os fatos, a vida social substantiva, os problemas escancarados, o cotidiano duro, até mesmo brutal dos que dependem, e muito, das ações advindas do poder público.

Uma coisa podemos depreender do discurso dos candidatos: ambos se apresentam como missionários, proponentes, proativos, ficando implícito que a sociedade seria algo passivo, uma espécie de ser coletivo que aguarda, recebe e aplaude o que se lhe dá. 

No fundo é isso mesmo: num país como o nosso, pobre de uma sociedade civil organizada e atuante, reivindicadora e visível, o que se tem é o povo, aqui na acepção de ente difuso e algo abobalhado, que aclama as benesses que o poder julga estar distribuindo. Pobre povo, que é obrigado a votar como se isso fosse um direito.

Então, já que é obrigatório, vamos votar. Que saudade de Djalma Maranhão.



Nenhum comentário: