segunda-feira, 29 de outubro de 2012

 O fim do Jornal da Tarde

Sempre que se fala a respeito do fim do jornalismo impresso repito um mantra: quem vai acabar com o jornal impresso não é o esgotamento do modelo; quem firmará o ponto final será o patronato, sua falta de compromissos com o jornalismo como serviço ao público, seu compromisso único com o mercado. E, dentro desse processo, vem o comunicado do grupo do Estadão, informando o fim do Jornal da Tarde. 

Não se pode comparar um jornal impresso, em termos de conteúdo, largueza de informação e opinião, com o noticiário via internet, onde os textos precisam necessariamente ser curtos. A resultande disso, entendo, é uma crise de sentido manifesta na superficialidade, especialmente da informação. Aqui posso, estou fazendo isso agora, fazer análises que, se desenvolvidas de forma coerente, cumprem com o propósito de atitude interpretativa.

Agora, querer dizer que um jornal de internet consegue o mesmo feito que um impresso é esconder a realidade, ou seja: enxugar custos e dar ao leitor um jornalismon pífio. Lamento o fim do JT e tudo o que foi, especialmente quando seguia a direção editorial de Mino Carta, quando criatividade e competência informativa caminhavam juntas. O exemplo estão nestas capas que reproduzo do portal Brasil 247. 

Segue a nota da direção do JT, justificando o fim do jornal.

Em nome do Grupo Estado comunico que, a partir de 1º de novembro, o Jornal da Tarde deixa de circular por uma decisão empresarial, tomada para o aprimoramento do foco estratégico da companhia.

A determinação leva em conta o objetivo de investir no Estadão com uma estratégia de multiplataforma integrada (papel, digital, áudio e vídeo e mobile), para levar maior volume de conteúdo a mais leitores, sem barreira de distância e custos de distribuição.

O tradicional Jornal do Carro será incorporado ao Estadão com edições às quartas, quintas, sábados e domingos. Essa medida ajudará a ampliar a estratégia de marcas que compõe o universo do Estadão, representadas pelos cadernos Esportes, Metrópole, Paladar, Viagem, Caderno 2, Casa, Economia & Negócios, Link, Divirta-se, entre outros.

Ao longo de seus 46 anos de circulação, o JT foi pólo de inovação e criatividade e, com seu jornalismo dinâmico e design gráfico, influenciou gerações de leitores e de profissionais que nele trabalharam.  Quero agradecer pela confiança e apoio de todos os que participaram dessa história: jornalistas, colunistas, publicitários, equipe de arte, integrantes das áreas comercial e administrativa, e das áreas de produção e distribuição.


Francisco Mesquita Neto
Diretor Presidente do Grupo Estado

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