Jo Soares no Supremo: de cara, a grande piada
Se você é medianamente informado sabe de antemão que o mensalão, ou melhor, o processo do mensalão acabará em pizza ou quase isso. A observação do noticiário sinaliza claramente nesse sentido.
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O procurador, claro, já deu demonstrações de que é homem sério e digno. Não há dúvida. O que estou tentando dizer é que sua parecença com o humorista é pista para mim suficiente para elucidar de que forma o processo irá correr.
Será engraçado, muito engraçado, ver os advogadíssimos dos acusados louvando-os, enaltecendo suas virtudes cívicas e, acima de tudo, dizendo que ali houve grande injustiça, uma vez que nada fizeram para estar sob o peso de acusações tão lamentáveis e infamantes, a despeito das provas. Provas? Provas não valem nada, não é mesmo?
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O que quero dizer é que na pantomima que se ensaia - já li que se alguns deles forem condenados a pena mínima nada lhes acontecerá porque o crime já prescreveu - tudo parece mostrar que sairá comprovado a não culpa dos réus.
Ou seja: o arcabouço jurídico é farsesco, mambembe. Cambaleia em suas filigranas. Assim, a imagem do procurador e do humorista são icônicas do processo em sua essência: uma brincadeira, um talk show; melhor, um reality show onde é verdade que todos estão ali falando mentiras, mas o fazem com grande convicção.
O procurador quer levar a sério; o processo diz que não.
Digo mais: falando em processo esse do mensalão é o inverso de O Processo, aquele do livro de Kafka. Na ficção, um inocente, acusado não se sabe bem do quê, é metido num tribunal, defende-se como pode mas acaba fuzilado.
No plano real os processados entram culpados perante o olhar da sociedade, mas sairão inocentes. Essa é, de cara, a grande piada. Essa é, de cara, a grande tragédia.
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