sábado, 7 de abril de 2012

Um bar escuro, música da boa e o motor de uma espaçonave

Edvaldo da Quinze
Há uns poucos dias, saindo do Sebo Cata-Livros, ali na Salgado Filho, imediações do Midway, passei em frente a um ambiente meio escuro de onde saía, poderosa, uma música de Creedence Clearwater Revival. Isso é coisa pouco comum e entro. A música inundava o salão e de repente meus olhos dão em cima de uma máquina estranhíssima, parecida com o motor de uma espaçonave. As paredes cobertas de quadros, uma moto descansando a um canto, um bocado de coisas amontoadas em outro. Decididamente, eu estava na caverna de um louco, um louco sublime, descubro logo depois.

Esse louco era Edvaldo da Quinze, pintor e homem do mundo. Ele logo apareceu e eu indago sobre o que era aquilo: "É um bar?", quis saber. Fiz a pergunta porque, para completar, havia um balcão de servir bebida. Ele respondeu que era "um bar para receber os amigos". Pronto, em poucos segundos firmava-se ali uma convivência de muitos anos. 

Falamos de sua pintura, de sua vida de pintor e da minha surpresa. Pedi para que me explicasse o que era o motor de espaçonave e ele me explicou, ligando a estranha geringonça: era uma máquina de caldo de cana que, ao funcionar, era iluminada por luzinhas piscantes. Definitivamente, estava eu diante de um alienígena improvável. 

Sabe o que é a gente ficar impressionado com o inesperado, aquele inesperado bom, tão diverso das coisas terríveis que o mundo oferece? Pois foi o caso de conhecer Edvaldo da Quinze, nome que adotou em homenagem à rua mora há milhares de anos. 

Já ia saindo quando ele me ofereceu um cafezinho. Voltei e fiquei mais um pouco. Depois parti, mas tenho o compromisso de, um sábado desses, aparecer por lá. A música é boa, a conversa idem. E tenho certeza, o bar dos amigos é ainda melhor. 

Um grande abraço, Edvaldo da Quinze.

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