domingo, 8 de abril de 2012

É natural ser político e ser ladrão

Os sucessivos escândalos envolvendo personalidades da vida pública nacional, a incessante repetição de atos de imoralidade administrativa ocupando as manchetes, terminou por imbricar no senso comum que fazer política no Brasil é tão-somente uma troca de acusações entre homens e mulheres e que, culpados todos, já que os acusadores de hoje amanhã serão os réus, o que se passa é apenas um racha, um desentendimento entre vilões, parceiros e pares de sua própria indignidade.
http://tamancolargo.blogspot.com.br/2012/02/politicos-esposas-e-amantes.html


Isso, é claro, não é de hoje. O último escândalo será sempre e apenas o mais recente; outro virá sucedê-lo. A história é pródiga em denúncias de corrupção. Sua prática foi naturalizada e  suas diversas formas de manifestação passam a ser tidas como sendo a essência mesma da política. 

Ou seja: para o chamado homem comum a compreensão que resta é a de que fazer política não é tratar das coisas importantes, essenciais para o provimento do social; para ele, fazer política é apenas a gestão de um conluio, a organização de quadrilheiros que, sob o manto dos mandatos, roubam o mais que podem. 

Obviamente o senso comum espera que o político "trabalhe", realize, administre, legisle bem e dignamente. A questão é que o inverso tornou-se a realidade - a realidade coditiana e contundente das manchetes -, e a prevalência dos atos de bigamia entre o público e o privado, tornando dúbia a relação do político com seus atos de pessoa e ator social, termina por formular a convicção de que fazer política é roubar o mais que puder e, se possível, sair-se bem, jamais ser pego.




 

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