quinta-feira, 1 de março de 2012

Rosalba: quem promete, deve

No final do ano passado a desaprovação da governadora Rosalba Ciarlini estava em 59,6% e agora salta para 62%, segundo levantamento Sinduscon/Consult. Sou levado a crer que deve-se ao fato de que a então candidata prometeu demais, assumiu compromissos inalcançáveis e criou falsa expectativa quanto ao seu governo. Ou seja: campanha é uma coisa, governo é outra.

A prática incumbiu-se de esgarçar o devaneio. Não se viu nenhuma grande obra estruturante, a saúde não melhorou, a segurança idem, nada de bom na rede pública de educação. E tudo contribuiu para a realidade desoladora, até mesmo porque a governadora, logo ao início do mandato, fez campanha intensiva via TV para mostrar que herdava um estado em situação de terra devastada, deixando implícito que ela seria a entidade taumatúrgica que reporia o carro nos eixos. Não foi bem assim.
http://www.google.com.br/imgres?q=rosalba+ciarlini+fotos&hl=pt-BR&client

O fato de ter ficado olhando o retrovisor do tempo, tornando hiperbólica a situação em que dizia ter encontrado o estado, parecia confirmar a chegada de uma era de ouro ao Rio Grande do Norte com Rosalba Ciarlini. Afinal, se estávamos no fundo do poço, não haveria mais como afundar. Ocorre que a insistência em falar mal da adminstração passada terminou por estabelecer relação de grande proximidade midiática entre ela e seus antecessores.

 O próprio slogan do governo, "Reconstruir e avançar", se encarregava de estabelecer esse forte liame com a administração finda: ao insistir na tese da "reconstrução", Rosalba se vinculava terminantemente com o tempo que deplorava, ou seja: mesmo ao chegar ao último dia como governadora estaria "reconstruindo", jamais se libertando do estigna que ela própria criara; nunca vivendo midiaticamente seu próprio mandato, mas vivenciando situação político-administrativa que tinha o passado como referente. E isso é mau. Especialmente quando mudanças não houve.

Então, como nada há de bom com o novo governo, pelo menos não com a dimensão que ela fez supor, a reconstrução não foi ainda ativada e, consequentemente, o "avanço" não se deu. Creio ter razão no que afirmo: as pesquisas retratam o desalento da sociedade. Se há rejeição não houve reconstrução, muito menos avanço. Talvez valesse assim emplacar um "Meia-volta, volver" e recomeçar tudo. Dessa vez com os pés no chão.

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