A cara do crime na face da lei
A desarticulação de quadrilha de policiais militares traz a nu realidade que, aqui acolá, se desvencilha das amarras dos segredos da corrupção e explode em escândalo: o uso do aparelho público para fins privados. E isso em área que envolve funcionários públicos sob cuja proteção, em tese, está a sociedade. Funcionários públicos armados e que deveriam exatamente combater o crime se organizam para fins criminosos.
Temos, lamentavelmente temos, a tradição corrupta de uso do público pelo privado. A prática, permita-me, da safadeza como norma; o gesto, entenda, do crime como manifestação de esperteza gratificante; o lucro, é triste, a partir do que seria inegociável.
Agora, numa ação firme do Comando da própria Polícia Militar em conjunto com o Ministério Público, temos a defraudação exposta e a sujeira escorrendo na sarjeta. Temos a denúncia da corrupção do que seria privado tornado em situação de furtivo, às escondidas, com o uso da autoridade para garantir a segurança de empresários.
Urgente e necessária a atitude das autoridades. Agora, esperamos que o gesto, a captura dos infratores venha a ter desdobramentos. A impunidade seria inaceitável e incentivo a que tais atos voltem a ser perpretados.
A respeito do assunto, informa o Diário de Natal:
Comandante-geral, coronel Araújo explica que acusados usavam estrutura da corporação para segurança privada Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press |
Dentre os presos, está o tenente-coronel que comandava o 10ª BPM, o major responsável pela companhia de polícia de João Câmara e nove soldados. Alguns deles também foram flagrados retirando combustível das viaturas para carros particulares dentro do próprio batalhão. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo, a investigação aponta inúmeras falhas dos policiais. "Há vários indícios e provas de que os policiais estavam utilizando a estrutura da Polícia Militar em favorecimento próprio, o que é crime", explicou ele. Ainda de acordo com o coronel Araújo, a sessão de inteligência da PM também participou dos nove meses de investigação, juntamente ao Ministério Público.
Dentre as acusações apontadas pelo Ministério Público na operação, através dos promotores de justiça que compõem o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) e o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Nucap), estão corrupção passiva e ativa, utilização da máquina pública e escolta ilegal, transporte irregular de valores. Os mandados de justiça cumpridos na operação foram expedidos pela Auditoria Militar do Estado, órgão ligado à PM, e pela Vara Criminal de Assu.
Batalhão mall - presos:
- Rodolfo Leonardo Soares Fagundes De Albuquerque, dono de posto de combustível;
- Pedro Gonçalves Da Costa Junior, supervisor geral da rede da Nossa Agência;
- Erinaldo Medeiros De Oliveira "Bebé", dono de posto de combustível em Assu;
- Wellington Arcanjo De Morais, tenente-coronel da Polícia Militar e comandante do 10º BPM;
- Carlos Alberto Gomes De Oliveira, major da Polícia Militar e ex-subcomandante do 10º BPM;
- Francisco Xavier Leonez, sargento da Polícia Militar;
- Manoel Xavier Leonez, soldado da Polícia Militar;
- Jocélio Sandro Bezerra, soldado da Polícia Militar;
- Emerson Dantas Lopes, soldado da Polícia Militar;
- Francine Nogueira Da Silva Júnior, soldado da Polícia Militar;
- Glauco Vasconcelos De Morais, soldado da Polícia Militar;
- Dário Martiniano Bezerra Filho, soldado da Polícia Militar;
- Demétrio Rebouças Torres, soldado da Polícia Militar;
- Iukatan Jefferson Da Silva, soldado da Polícia Militar;
- José Nilton Dos Santos, soldado da Polícia Militar.
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